Capitulo 66 da #IB & #IBH *-*

Ele passa alguns instantes sem dizer nada, parecia que estava pensando em algo. Na verdade, superconcentrado em algo.

Hugo: e se... e se o problema não for ele? –ele disse me olhando-

Você: como assim?

Hugo: e se o problema for... tipo... você?

Você: eu? Ah, pelo amor de Deus Hugo. Eu já disse, sem brincadeiras ta, isso é serio!

Hugo: mas quem é que foi que disse que eu estou brincando?

Você: então, explique isso melhor. –você se ajeita na cadeira-

Hugo: é simples, talvez o problema não seja ele, talvez o problema seja você.

Você: mas o que eu fiz de errado?

Hugo: eu não sei, isso só você pode saber.

Você: ao invés de me ajudar você está me complicando ainda mais Hugo.

Hugo: eu só estou tentando ver os dois lados da moeda (sn), tipo, eu estou vendo o lado dele também não só o seu. Você acha mesmo que ele foi ficar assim do nada?

Você: é. Não é?

Hugo: é claro que não! Ele tem que ter um motivo, ou algo que o leve a fazer isso. Ou até mesmo alguém que o leve a fazer isso.

Você: você quer dizer uma amante? –você fica pálida-

Hugo: não, eu estou dizendo você.

Você: mas que droga! Dá pra você esclarecer isso pra mim? Eu to ficando nervosa, é serio.

Hugo: (sn) você só viu esses problemas da parte dele certo? –você concorda com a cabeça- mas e o seus problemas? Você já pensou neles? Porque vamos ser sinceros aqui, você não é perfeita. Ninguém é.

Você: mas...

Hugo: eu não estou pedindo pra você me contar eles, é só pra você pensar. Até porque eu não estou querendo me intrometer no relacionamento de vocês, isso foi só pra você refletir que talvez ele não seja o errado nessa história.

Você: eu sei, obrigada.

Hugo: pelo o que?

Você: por me ouvir.

Hugo: então quer dizer que já acabou?

Você: na verdade não, mas eu só queria agradecer.

Hugo: não precisa, eu ainda estou em divida com você, lembra? –ele piscou-

Você se arrepiou e se virou para o outro lado, porque ele tinha que ter feito isso? Merda!

Uma onda de raiva surgiu mas foi embora no mesmo instante em que ele piscou os olhos. A raiva veio porque você se lembrou do que ele estava falando, você não gostava nem de lembrar o que ele tinha te feito passar. E ela foi embora tão rápido porque ele de alguma forma aqueceu o seu coração. Você não sabia mas já tinha o perdoado por tudo aquilo, na verdade, só não queria admitir isso a ninguém.

Hugo: o que foi?

Você: nada.

Hugo: estranha... –ele ri-

Você: acha mesmo que o problema sou eu?

Hugo: eu não confirmei nada, só o que estou dizendo é que isso pode ser uma possibilidade. Eu acho que só você mesma pode resolver isso.

Você: como? Eu nem mesmo sei os motivos e nem se tem motivos. Eu acho que estou enlouquecendo.

Hugo: você me tem ué, eu estou do seu lado. Quando achar novas evidencias do crime me ligue.

Você: idiota. –ele ri-

Hugo: vamos falar de algo mais serio?

Você: mais serio do que isso? Acho difícil.

Hugo: os seus pais (sn).

Você: ah, o que tem eles?

Hugo: cara, você me assusta as vezes.

Você: eu? Por que?

Hugo: porque você se esquece completamente dos seus outros problemas, você se esquece de tudo e se foca somente no Justin. Isso é meio doentio, eu já te disse isso.

Você: não é nada ta legal? Eu só... só não tento pensar em certas coisas e o Justin é a minha saída para isso.

Hugo: se fosse isso eu entenderia, mas não é. Eu te conheço (sn), você nem se lembrava dos problemas que a sua família está enfrentando. Eu tenho certeza que você está mais preocupada com o seu relacionamento com ele do que com o seu pai.

Você: e porque eu deveria me preocupar com ele Hugo? Eu preciso repetir o que ele me fez? Na verdade, o que vocês dois me fizeram...

Hugo: eu já me desculpei varias, e varias vezes.

Você: mas só isso não basta pra tirar toda a dor que eu senti.

Hugo: e você acha que eu não sei disso? A realidade é que nada que eu ou o seu pai, ou qualquer pessoa fizer vai fazer esse sentimento passar. Ou até mesmo você se sentir melhor sobre tudo o que aconteceu, nem mesmo o Justin pode fazer isso. E você sabe o por que?

Você: não.

Hugo: porque isso está dentro de você (sn), só você sentiu, só você sofreu. Eu sei que com a separação de vocês o Justin também sofreu, mas não foi nem o pai dele e nem o melhor amigo que tinham contribuído para isso acontecer. Certo?

Você: então você quer dizer que ninguém pode me ajudar?

Hugo: não, eu estou dizendo que é você que deve dar o primeiro passo. Você controla isso.

Você: eu? Tem certeza?

Hugo: eu acho que sim, é o que está me parecendo.

Você: conversar com você me confunde, tipo, você fala tanta coisa que parece fazer sentido e eu me pergunto porque eu não tinha visto isso antes. E tem coisas que eu não imaginaria nem em um milhão de anos. Você devia fazer alguma coisa, sei lá, tipo abrir um consultório de relacionamentos. –você ri-

Hugo: não é pra tanto (sn).

Você: é serio.

Hugo: eu acho que não daria certo porque eu só posso te ajudar porque eu te conheço, e querendo ou não também conheço um pouco do Justin, dai assim fica fácil. Geralmente as pessoas inventam quem elas querem ser, eu não saberia ajudar quem eu não conheço e muito menos pessoas desconhecidas inventando ser outras. Isso é muito escroto.

Você: certo. Então... o seu conselho é que eu repense nas coisas como se eu fosse o problema, não é?

Hugo: é só uma hipótese, só disse isso para que você não haja de cabeça quente e depois se arrependa depois. É sempre bom pensar muitas vezes antes de fazer alguma coisa que envolva outra pessoa.

Você: você pensou nisso quando decidiu mentir pra mim e fazer aquilo? –você se arrepende de dizer isso no segundo que ouviu essas palavras saindo da sua boca-

Hugo: eu não tive escolha.

Você: todos temos escolhas Hugo.

Hugo: mas eu não tive. Eu não podia fazer mais nada e te perdia pra ele a cada minuto, isso me sufocava por dentro. Já sentiu vontade de sair chutando todas as coisas que você vê na sua frente, inclusive as pessoas? Então, era isso que eu queria fazer. E o seu pai pareceu tão seguro de que o plano daria certo, e nós poderíamos ficar juntos que ... era a minha luz no fim do túnel entende? –ele desvia o olhar- eu me arrependo todos os dias por ter feito você passar por tudo isso, é serio (sn). Me desculpa eu só não aguentava mais aquilo.

Você: vamos mudar de assunto, eu não devia ter tocado nisso.

Hugo: tudo bem, isso já passou. –ele sorri, um sorriso que pareceu sincero pra você- isso não importa mais.

Você: não importa?

Hugo: não, eu decidi acabar com isso de uma vez por todas.

Você: como assim?

Hugo: deixar você.

Você: eu sou tão mal assim? –você ri nervosa-

Hugo: não, você não é, e sabe disso. Eu já cometi os meus erros e aprendi, acho que nós dois juntos não ia dar certo. Nunca deu.

Você: é... –você diz sem jeito-

Hugo: então agora eu to focado no meu presente, não penso no futuro nem no passado. Já estou com quase toda grana pra voltar pro Brasil, acredita?

Você: serio? Que legal!

Hugo: é, é sim. Então, vai querer ir embora ou ficar aqui vagando no trem?

Você: aqui não está tão chato quanto eu achei que iria ser. –vocês dois riem-

Hugo: que bom porque eu quero te mostrar uma pessoa.

Você: onde?

Hugo: aqui.

Você: tipo, aqui no trem?

Hugo: sim.

Você: serio?

Hugo: é. –ele ri-

Você: tudo bem, e quem é essa pessoa?

Hugo: você vai ver quando ele chegar.

Você: está bem.

O tempo passa e você e o Hugo vão conversando sobre tudo, era como se vocês dois nunca tivessem se separado. Era como se nada de ruim tivesse acontecido a você por culpa dele.

Você estava com saudades disso e você sabia que ele também estava, não queria dar o braço a torcer então não se empolgou muito. Estava feliz mas não deixou isso transparecer muito, ou tentou não deixar aparecer. Vocês dois riram bastante e então finalmente a pessoa que o Hugo queria que você conhecesse chegou.

Hugo: vem! –ele pega na sua mão e te conduz até outro banco do trem enquanto as portas ainda estavam se abrindo. Você não entendeu direito porque não tinha ninguém entrando e nem saindo. Vocês estavam totalmente sozinhos ali dentro.

Você: o que você está fazendo?

Hugo: calma, você vai ver. Quer dizer, você vai o conhecer.

Você: conhecer quem Hugo?

Hugo: calma. –você faz movimento com as mãos-

Você olha de um lado para o outro procurando alguma pessoa, mas não havia ninguém. Por um segundo ocorreu pela sua cabeça que o Hugo estivesse enlouquecendo, mas quando você viu um mendigo entrando pela porta ficou esperançosa pelo o que, por quem, estaria vindo atrás dele.

O senhor já de idade morador de rua entrou lentamente no trem e você se desaminou um pouco quando não viu ninguém atrás dele. Talvez a tal pessoa que o Hugo queria te apresentar estivesse atrasada e por causa disso não pegou o trem certo. Mas espera ai, quem marca um encontro num trem em movimento? Ah, só o Hugo mesmo.

Você espera mas alguns segundos esperançosa de que alguém fosse entrar no trem mas as portas começam a se fechar.

Que pena, você estava morrendo de curiosidade de conhecer a tal pessoa que ele queria te apresentar. Você ia se sentar de novo quando viu o Hugo sorrindo ainda de pé.

Você seguiu o olhar dele e o viu olhando para o senhor de idade que parecia meio confuso. Quando ele soltou um ´´vamos, está tudo bem, ela é uma amiga minha. Não precisa se preocupar, ela não vai te machucar´´ foi quando você percebeu que a tal pessoa que ele queria te apresentar era um mendigo.

Você: Hugo, o que você está fazendo? –você diz meio assustada-

Hugo: relaxa. –ele sorri-

O velho veio vindo ainda com cautela na direção de vocês. Ele era um homem baixo e bem esquisito não fedia tão mal mas estava todo sujo, até nas orelhas. Parecia ter uns 60 ou 70 anos de idade, tinha manchas na pele e um sorriso amarelo, apesar de ter sorrido apenas uma vez desde que você o vira entrar.

Ele te surpreendeu ao te chamar pelo nome.

OK agora o Hugo tinha pirado de vez, por que ele queria te apresentar um mendigo?

Não era frescura sua, mas é que no mundo de hoje não podemos confiar em ninguém. Vocês estavam num trem com um homem que você não conhecia, e esse homem era morador de rua. Ele podia tentar assaltar vocês ou fazer coisa pior. Tudo bem que ele era um homem idoso, mas nunca se sabe, cuidado nunca é demais.

Hugo: então, como vai Romeu? –ele o cumprimenta com a mão-

Romeu: bem, bem... –disse o homem se sentando no banco do lado ao que vocês estavam sentados-

Hugo: essa é a (sn).

Romeu: eu sei. Você me descreveu bem ela, varias e varias vezes. –ele coça a cabeça-

Hugo: (sn) esse é o Romeu. –ele fica vermelho diante do comentário do homem- eu não sei o verdadeiro nome dele, mas o chamo assim. E ele parece gostar.

Você: oi, muito prazer. –você estende a mão com cautela para cumprimenta-lo-

Romeu: não precisa se sujar por minha causa (sn), e também não precisa fazer a gentileza de me cumprimentar assim só por educação. Porque realmente, você não quer nem tocar em mim. Na verdade, não aguenta nem o meu cheiro.

Você: eu não... não quis... –você fica nervosa e culpada por ter pensado mal desse senhor, mas se perguntou como ele sabia daquilo-

Hugo: ele é assim mesmo, sincero até demais e as vezes um pouco rude –o Romeu olha pro Hugo, na sua face numa expressão de reprovação- mas é gente boa.

Romeu: é assim que você fala com os mais velhos garoto? Tenha modos!

Hugo: então tenha modos com as damas ora essa Romeu!

Você: Hugo! –você cutuca ele-

Hugo: você tem que ser assim com ele, se der a mão ele logo pega o seu corpo todo.

Romeu: crianças... –ele resmunga- não vão se sentar? Estão vendo algum espetáculo? Estou com cara de palhaço por caso?

Hugo: ei, relaxa ai Romeu. Te trouxe algumas coisinhas. –ele se senta e pega algo na mochila- gosta de lasanha?

Romeu: é claro que gosto! Passe isso logo pra cá garoto. –o Hugo dá a marmita de comida para o velho e pela segunda vez você vê ele sorrir com seus dentes amarelos-

Hugo: eu trouxe a (sn) para você conhece-la, já que mencionou isso da ultima vez.

Romeu: você tem muito bom gosto garoto, ela é linda. Agora eu sei porque você sofreu tanto, garotas bonitas são o diabo em pessoa. Acredite, já tive experiência com essa espécie.

Ele te chamou de animal mas é claro que você tentou levar na esportiva. Ele era só um velho.

Você: isso não é verdade. Eu sou uma ótima pessoa! –você sorri-

Romeu: oh, claro! Tão boa que deixou o seu melhor amigo sofrer por anos e não fez nada para mudar isso. E ainda por cima, quando ele faz algo para esse sofrimento passar você o culpa por tudo. Ora, faça-me o favor menina, reveja os seus conceitos.

Você: mas o que...

Romeu: e digo mais –ele disse mastigando um pedaço de lasanha- você acha mesmo que ele veio do Brasil até aqui para te encontrar com outro e ficar por isso mesmo? Pelo menos ele correu atrás do que ele queria diferente de você que só empurrou as coisas com a barriga e decidiu excluir o passado e viver só no presente. Vou te dizer uma coisa minha jovem, nós nunca, em hipótese alguma podemos mudar o passado ou passar por cima dele sem sentir nada. Nós só somos capazes de aprender para não cometer as mesmas porras de erros. Só isso. –você fica sem palavra, de novo você não tinha pensado por esse ângulo-

Hugo: o assunto hoje não sou eu Romeu, é o Justin. Vamos deixar isso pra lá tudo bem?

Romeu: vejamos, você a amava e agora você a ajuda a continuar com o garoto que tirou ela de você? Isso sim é um homem de verdade, escute isso garota –ele aponta para você- o seu amigo que você dispensou, que já te amou, que fez de tudo até coisas erradas para de conseguir de volta, agora te ajuda a melhorar o seu relacionamento. As mulheres, ou até mesmo meninas como você procuram a maturidade num homem. É aquela velha história que nós homens amadurecemos depois de vocês fêmeas. Mas quando vocês encontram esse homem simplesmente o jogam fora? Me diz, você faria isso com o seu atual namorado? O ajudaria a ficar em paz com a nova namorada que agora ocupa o seu lugar? –ele pega mais uma garfada da lasanha e responde a sua própria pergunta de boca cheia- eu acho que não!

Você: eu...

Romeu: não precisa me responder, eu só estou te colocando de volta a realidade. Enquanto você está aqui você machuca um, e quando está lá machuca o outro. Nesse jogo da vida real não tem como você ficar em cima do muro e não machucar nenhum dos dois, um vai ter o seu game over logo logo. E você precisa se decidir garota, o seu tempo está se esgotando.

Você: do que você está falando? Eu já estou decidida, o amo o Justin.

Romeu: é mesmo? –ele diz ironicamente-

Você: sim, é claro! –você fala decidida-

Romeu: então me explica por favor, o que você faz aqui? Você o ama mas do mesmo jeito recorre ao outro para se sentir melhor, acha isso certo?

Você: mas eu não estava fazendo nada com o Hugo, ele é só um amigo, só isso. E por que é que eu tenho que de dar explicações? Eu nem ao menos te conheço.

Hugo: Romeu, já chega.

Romeu: eu não estou te pedindo explicações mocinha, de forma alguma. Só estou tentando te avisar que somente o amor não é o bastante. –ele ignora o Hugo-

Você: como é?

Romeu: você o ama certo? Ele deve te amar também, mas do mesmo jeito o seu relacionamento não está dando certo. De alguma forma o amor não está sustentando vocês dois, não está progredindo, entende? Só está decaindo.

Você: o senhor não me conhece, não sabe nada da minha vida e nem dos meus problemas. Como pode dizer uma coisa dessas?

Romeu: é que eu quase nunca erro.

Você: mas você está errado!

Romeu: eu acho que não, porque se não fosse isso, qual seria o motivo de você procurar o seu ex amigo, como você costumava chamar o garoto, para conversar? Não é preciso ser um gênio e ter uma bola de cristal para enxergar isso.

Você fica em silencio, ele estava certo sem ao menos te ouvir contar a sua história.

Romeu: eu só hesitei vir aqui quando eu entrei porque sabia que iria te falar isso e mais algumas coisas, se quiser que eu vá embora eu vou, mas já lhe digo que estamos num trem e ele está andando então o máximo que eu vou poder fazer é ir para a ultima fileira de cadeiras mas você ainda vai sentir o meu cheiro. –ele mesmo ri da própria piada, sozinho-

O Hugo te olha e você olha para ele, velho começa a lamber a marmita de comida para tentar comer até o molho da lasanha.

Hugo: ele é uma boa pessoa, acredite. É que é muito cabeça dura e fala tudo que vem na mente, mas não inventa e nem esconde a verdade. Pelo contrario, ele fala tudo na sua cara. Mesmo se isso for te magoar, eu já estive no seu lugar e sei que não é legal. Mas eu pesei que ele poderia te ajudar com o Justin então te trouxe aqui.

Você: tudo bem –você suspira- o senhor não vai precisar sair daqui Romeu, pode ficar.

Romeu: pode me chamar só de Romeu e isso foi uma ordem? Agora você acha que manda em mim garota? Era só o que me faltava.

Hugo: já para velho.

Romeu: era só uma piada babaca. –os dois riem e você fica tensa-

Você: então... como vocês se conheceram? –você tenta mudar de assunto-

Hugo: aqui mesmo no trem, ele sempre está aqui esse horário e se senta sempre nesse banco ai do lado. Foi por isso que eu vim pra cá aquela hora.

Romeu: não se esqueça que só nós conhecemos porque você estava quase derramando um rio de lagrimas aqui nesse mesmo banco e eu não aguentava mais os seus soluços e os barulhos que saiam do seu nariz entupido e vermelho. Eu revolvi ajudar ele porque ele estava me incomodando e descobri que era por uma amiga, que na verdade não era só uma amiga pra ele –você engoliu em seco- e gostei da história porque é parecida com a minha história, daí eu resolvi conversar e contar pra ele o que tinha acontecido comigo. E foi assim.

Hugo: ela não precisava saber disso.

Romeu: ah esqueci de dizer que ele tinha acabado de chegar aqui em NY e jogou um buque de flores pelo trem todo, que era pra você eu acho, e depois queria juntar tudo de novo com medo de apanhar do guardinha. Foi até engraçado –ele ri-

Hugo: pode continuar... eu deixo.

Romeu: não, eu vou parar por aqui, obrigado.

Hugo: eu o chamei de Romeu pela história que ele me contou sobre o passado dele, é a melhor história que eu já ouvi. Algum dia eu te conto (sn).

Romeu: você só vai contar depois que eu morrer, se lembra da promessa?

Você: promessa? –você diz ainda sem jeito e tentando digerir tudo o que ele tinha te dito-

Romeu: coisa entre homens.

Hugo: eu não posso contar para ninguém até que ele morra. Depois disso eu posso contar e até tentar publicar um livro que não vai ter problema nenhum.

Romeu: eu disse que era coisa entre homens, ai você vai e conta pra ela, eu sempre desconfiei que você era frutinha Hugo.

Hugo: babaca. –ele ri e você também-

Você: vocês parecem amigos de muito tempo.

Romeu: na verdade não, eu conheci o moleque no dia que ele tinha vindo aqui para NY e só. Só começamos a conversar porque ele estava daquele jeito na depressiva como eu disse antes, e eu me identifiquei um pouco com esse garoto. São poucas as pessoas que encontramos nesse mundo de hoje com bom coração sabe (sn)?

Você: ele não é tão bom assim como você acha que é.

Romeu: pelo contrario, ele é sim. Todo mundo erra mas nem todo mundo tem a humildade de reconhecer e se envergonhar pelo seu erro, e ainda por cima se desculpar sinceramente e ir embora só para não atrapalhar ainda mais o que ele tentou destruir. A chance é de um em um milhão, então decidi contar a ele a minha história e o ajudar com a dele, enquanto há tempo.

Você: como assim enquanto há tempo?

Romeu: Hugo eu posso conversar com ela a sós um pouco?

Hugo: claro, eu vou jogar lá no bando de trás. –ele ficou meio chateado mas foi mesmo assim-

Você: é tão serio assim pra ele sair daqui?

Romeu: é que eu não queria que ele interferisse a sua decisão.

Você: minha decisão? –seu coração acelera-

Romeu: é, o que você quer (sn)? O que você realmente deseja? Do que você tem medo? Por que não faz o que quer sem pensar do que vai acontecer depois? Por que não toma o controle das coisas e não se deixa magoar mais? Por que, pelo o que me parece, você sempre escolhe o lado mais difícil de todos? Por que não enxerga o que está bem a sua frente? O que te impede de fazer aquilo o que você mais deseja?

Você: eu...

Romeu: eu sou um homem velho mas já me chamaram de sábio pelos conselhos que eu dou, e esses foram os meus conselhos pra ti. Não me responda eles, responda a si mesma e veja o resultado. Afinal de contas, não tem como mentir pra si mesma. Você pode até tentar, mas a vida te corrige e aposto que você não vai gostar de levar uma lição da vida. Não mesmo, confie em mim.

Você: obrigado, eu vou pensar em tudo o que você me disse.

Romeu: e não se esqueça, enxergue o que está bem na sua frente.

Hey, eu voltei piolhas pra vocês piolhas!

Sentiram saudades? Bom, eu senti a de vocês coisas escrotas do meu coração fodido.

Gostaram desse capitulo?

Eu posso adiantar uma coisinha pra vocês, prestem BEM atenção em tudo que o Romeu diz, como ele mesmo se autonomeou, ele é um sábio. E talvez, possa salvar ou destruir o que resta de ´´você´´ e o Justin. Fiquem ligadas nas palavras, elas tem poder.

MOTIVO DO ATRASO: OLHEM EU VIAJEI E VOU VIAJAR DE NOVO ACHO QUE QUARTA OU QUINTA FEIRA, NÃO SE DESESPEREM, EU NÃO VOU DEIXAR VOCÊS SEM UM NOVO CAPITULO SEGUNDA QUE VEM.